Foi no âmbito da 1ª sessão do Simpósio Inter-religioso
internacional subordinado ao tema “A complementaridade entre homem e mulher”.
Os trabalhos estão a decorrer na Sala Paulo VI e foram abertos pelo promotor do
encontro, o Card. Gerhard Müller, Prefeito da Congregação para a Doutrina da
Fé.
Dirigindo-se aos
participantes, o Papa Francisco iniciou frisando que a complementaridade, base
do matrimónio e da família, é uma grande riqueza, bem e beleza. Já na 1ª Carta
de São Paulo aos Coríntios consta que homem e mulher são como ‘membros do corpo
humano que se completam’.
“A meditação que vocês
realizam abrange as ‘harmonias’ que estão no centro de toda a Criação. A
‘harmonia’ é a palavra-chave para entender a complementaridade”, frisou o Santo
Padre.
“Lugar principal onde
começar a respirar valores e ideais e realizar potenciais de virtude e
caridade, a Família é também lugar de tensões, mas igualmente lugar onde
resolver tensões. Hoje, matrimónios e famílias estão em crise. Cada vez mais
pessoas renunciam ao matrimónio como compromisso público. Esta revolução do
costume e da moralidade é frequentemente interpretada como ‘liberdade’, mas
causa devastação espiritual e material a inúmeros seres humanos, especialmente
os mais vulneráveis. E o declínio da cultura do matrimónio é associado ao
aumento da pobreza e a uma série de problemas sociais que atingem de modo
desproporcional mulheres, crianças e idosos. São sempre eles os que mais sofrem
com esta crise, que originou a ‘crise da ecologia humana”.
A este ponto, o Papa
fez uma crítica à lentidão da Igreja:
“A humanidade
compreendeu a necessidade de enfrentar aquilo que constitui uma ameaça aos
nossos ambientes naturais; somos lentos, inclusive em nossa cultura católica,
em reconhecer que nossos ambientes sociais estão em risco. É necessário
promover uma nova ecologia humana e fazê-la progredir”.
O Papa Francisco pediu
aos relatores e participantes ressaltarem, no âmbito dos debates, a outra
verdade sobre o matrimónio: “que o compromisso definitivo com a solidariedade,
a fidelidade e o amor fecundo atende aos anseios mais profundos do coração
humano”.
Improvisando, o Papa
acrescentou que os jovens devem ser revolucionários e ter coragem de procurar
um amor forte e duradouro; devem ir contra a corrente. E advertiu: “Não podemos
ser rotulados com conceitos ideológicos. Não se pode falar hoje da ‘família
conservadora’ ou de ‘família progressista’: família é família; tem uma força em
si”.
“Que este encontro
possa ser fonte de inspiração para todos os que sustentam e reforçam a união do
homem e da mulher no matrimónio como um bem único, natural, fundamental e belo
para as pessoas, as famílias, as comunidades e as sociedades”, concluiu o Papa
Francisco
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