Astrônomo-chefe do Vaticano diz que não há conflito entre crer em Deus e na possibilidade de "irmãos extraterrestres" talvez mais evoluídos do que os seres humanos.
"Na minha opinião essa possibilidade (de vida em outros planetas) existe", disse o reverendo Jose Funes Gabriel, um padre jesuíta de 45 anos de idade, que é chefe do Observatório do Vaticano e um conselheiro científico ao Papa Bento XVI.
"Como podemos excluir que a vida se desenvolveu em outro lugar", disse ele ao jornal do Vaticano L'Osservatore Romano em uma entrevista na sua edição de terça-feira a quarta-feira, explicando que o grande número de galáxias com seus próprios planetas tornou isso possível.
Perguntado se ele estava se referindo a seres semelhantes aos seres humanos ou mesmo mais evoluídos do que os seres humanos, ele disse: "Certamente, em um universo tão grande que você não pode excluir essa hipótese".
Na entrevista intitulada "O extraterrestre é meu irmão", ele disse que não vê conflito entre a crença em tais seres e fé em Deus.
"Assim como existe uma multiplicidade de criaturas na Terra, pode haver outros seres, até mesmo inteligentes, criados por Deus. Isso não está em contraste com nossa fé porque não podemos colocar limites à liberdade criadora de Deus", disse ele.
"Por que não podemos falar de um 'extraterrestre irmão'? Ele ainda seria parte da criação", disse ele.
Funes, que dirige o observatório, que se baseia no sul de Roma e no Arizona, estendeu a possibilidade de que a raça humana pode realmente ser a "ovelha perdida" do universo.
"Pode haver (outros seres) que permaneceram na amizade plena com o seu criador", disse ele.
A GRANDE EXPLOSÃO "?
Os cristãos têm sido por vezes em desacordo com os cientistas sobre se a Bíblia deve ser lida literalmente, e questões como o criacionismo contra evolução ter sido muito debatido por décadas.
O astrônomo Galileu condenado Inquisição no século 17 por insistir que a terra girava em torno do sol. A Igreja Católica não reabilitá-lo até 1992.
Funes disse que o diálogo entre fé e ciência poderia ser melhorada se os cientistas aprenderam mais sobre a Bíblia e a Igreja manteve mais atualizado com o progresso científico.
Funes, um argentino, disse acreditar que como um astrônomo que a explicação mais provável para o início do universo era "o big bang", a teoria de que ele saltou para a existência de matéria densa bilhões de anos atrás.
Mas ele disse que isso não estava em conflito com a fé em Deus como criador. "Deus é o criador. Há um sentido para a criação. Nós não somos filhos de um acidente ...", disse ele.
"Como astrônomo, eu continuo a acreditar que Deus é o criador do universo e que não somos o produto de algo casual, mas filhos de um bom pai que tem um projeto de amor em mente para nós", disse ele.
Acompanhe esse video um programa sobre o envolvimento da Igreja Romana com estudos sobre extraterrestres.
Fonte: uk.reuters
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